terça-feira, 24 de abril de 2012

"Wall of Hate"

Hoje irei abordar o Muro da Cisjordânia ou Wall of Hate como é mais frequentemente conhecido. 


O início da aprovação do projecto e sua construção data de 2001 pelo Governo Israelita  e está perto de estar concluído.760 Km (!) de uma muralha de betão que em 10% do território chega aos 8 metros de altura, reforçado por torres de vigilância e checkpoints, isolam 450 000 Palestinianos dentro do seu território(12 % da Cisjordânia encontra-se do lado Israelita da barreira!) . 


Segundo o Estado de Israel, a obra visa promover a entrada de terroristas no seu país. Contudo, a versão palestiniana é trágica: o muro encontra-se construído dentro da sua fronteira, roubando terras férteis e produtivas, inúmeros poços de água vitais e provocando a destruição ilegal de milhares de fogos com a consequente migração forçada de centenas de milhares de palestinianos que viram as suas casas (em solo palestiniano!) serem demolidas e foram alvo de violência.

Esta obra reforça o estado apartheid de Israel e aumenta a dependência económica e energética da Palestina, cuja sustentabilidade como Estado fica seriamente ameaçada e gradualmente impossível de ser auto-suficiente. O crescimento económico e a chegada de ajuda humanitária encontra-se seriamente ameaçada! Este contexto constitui deste modo uma violação grave da  soberania do Estado Palestiniano, assim como dos direitos humanos.
.Já Israel ganha mais terra sustentável para o seu crescimento económico,  expansão dos colonatos e reforça o verdadeiro holocausto que está a promover, o genocídio de um povo. A expansão territorial permite de igual modo assegurar o crescimento e  acessibilidade  entre os colonatos Israelitas ilegalmente construídos e ocupados na Cisjordânia, cuja população supera já o meio milhão!

Tamanha vergonha no séc XXI foi condenada pelo Tribunal Internacional de Justiça de Haia em 2004 que considerou a obra ilegal e decretou a demolição do muro, a restituição das terras ocupadas e o pagamento de indemnizações. Israel, como sempre, gozou da sua impunidade e continuou a construção deste desastre. O seguinte vídeo expõe de modo mais completo este assunto.


O facto de Israel estar prestes a concluir a maior prisão da história da Humanidade - roubando e dividindo o território alheio- não os impede de se acharem dignos de uma tenebrosa moral em que por um lado praticam um genocídio e por outro proclamam-se vítimas do holocausto nazi (e tristemente como se fossem as únicas, gozando de especial privilégio na opressão de terceiros). 


 A título de exemplo, em 2009,aquando da visita do Papa Bento XVI ao memorial do Holocausto em Israel em que defendeu a memória dos judeus mortos na II grande Guerra, foi criticado por não ter usado as palavras "nazi" e "assassinato". Que os subscrevam os assassinados de agora, porque a moral, os crimes de guerra, a violação dos direitos do Homem e a impunidade são diferentes para os que governam Israel. Tamanha hipocrisia é chocante!



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